Com o título “A feiura dos personagens”, eis artigo do
empresário e geógrafo Paulo Porto. Ele comenta a postura de candidatos à
Prefeitura de Fortaleza e, entre detalhes, lamenta que Elmano de Freitas
(PT) tenha crescido durante a campanha, mas se tornado pequeno ao não
reconhecer a derrota. “Demonstrou que, em não sabendo perder, não seria
um bom vencedor”, diz. Confira:
Apesar de o título sugerir, o artigo não é para falar da Rosemary do
Lula nem do ministério da Dilma. A intenção é comentar a estética no
comportamento de alguns personagens da nossa última eleição.
Acredito que faltou elegância à prefeita Luizianne e seu quase
eleito, Elmano de Freitas. Seus 576 mil eleitores, que representaram 47%
dos votos úteis, mereciam maior reconhecimento e carinho. No mínimo, um
cumprimento ao vencedor. Durante a campanha, o candidato petista
cresceu e se iluminou. Ao encerrar as apurações, ficou pequeno e se
apagou. Demonstrou que, em não sabendo perder, não seria um bom
vencedor. A saída de cena da prefeita e seu aparecimento após alguns
dias, de preto, beira o ridículo. O descaso com o Réveillon pode causar
um estrago irreparável. O momento seria oportuno para – mesmo com risco
de vaia – agradecer, orgulhosamente, a belíssima votação do seu
candidato.
O senador Inácio Arruda ficou do tamanho do comportamento do seu
partido nos últimos anos, que não foi bonito. Moroni ficou mais
leve. Não se deprimiu com o repentino abandono dos seus seguidores
fiéis. Tomou partido, manteve a reza e foi pra rua pedir votos ao seu
novo profeta. Se comportou bem na campanha e voltou ser personagem
importante na política local.
Por fim, os bons candidatos Renato Roseno e Heitor Férrer que
deixaram com menos referências seus expressivos eleitores. Preferiram
não votar em ninguém. Como assim? Podemos todos tomar a mesma atitude e
não votar? Apesar das lambanças de alguns que lutaram pela
redemocratização, alguém está com saudade de não poder votar nesse País?
Maria Luíza Fontenele e Rosa da Fonseca não estão conseguindo muita
adesão com tal tese.
Mais “elegante” foi o falecido e então senador pelo Piauí, Lucídio
Portela. Conhecido por sua pouca polidez e muita valentia, num momento
semelhante, teve que optar por votar em um dos seus dois maiores
adversários políticos na eleição de governador do Estado. E o vulgo
“Lucidão”comunicou aos seus eleitores: “entre os gays de José de Freitas
e os ladrões da Parnaíba, fico com os segundos”.
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